segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O início no campo



Conforme havia sido escrito no relato anterior, em uma determinada época das nossas vidas o nosso campo, a Tabatinga, estava pequena demais para nossos tamanhos e respectivas ambições. Foi quando em uma tarde nublada do mês de maio, conversávamos após mais um dia de "confrontos" na Tabatinga e a seguinte pergunta foi lançada no ar: “Vamos montar um time de campo?”. No inicio achávamos que a ideia não iria sair do papel, porque para se ter uma equipe de campo, precisaríamos de no mínimo 18 jogadores. Após duas semanas, cada um de nós convidou primos e amigos “de fé” para integrar o time, mas tínhamos apenas 14 jogadores. Então o meia Denizinho, lembrou de alguns “adversários” de lendários jogos na quadra da Caixa D’água foi ai que se juntaram ao Taba os últimos reforços eram eles: o meia Gabriel, o atacante Oscar e o volante Beto completando o grupo, enfim, tínhamos uma equipe de campo.
Montado o elenco, foram comprados os uniformes, que no final de junho estavam em nossas mãos. Agora faltava o principal para um time de futebol, a estreia, e a falta dela trazia ansiedade ao grupo. Mas como diz a música do eterno Renato Russo: “Quem acredita sempre alcança”, na manhã do dia 11 de julho de 1998, o Tabatinga entrou em campo pela primeira vez sob a alcunha de “time de 11”. O interessante desta história, é que o adversário era uma espécie de combinado de alguns moradores do bairro que mais tarde viria a se tornar o nosso maior rival, o Xibaí.
Após um inicio tímido o Tabatinga abriu o placar aos 20 minutos do primeiro tempo, após cruzamento do lateral Marquinhos, o atacante Denis antecipou-se ao zagueiro e marcou o primeiro gol da história do Tabatinga. Aos 25 o combinado empatou. O primeiro tempo terminou em igualdade. A etapa final começou com as duas equipes se estudando, mas com o Tabatinga sempre tomando as iniciativas. Foi ai que o craque começou a fazer diferença, o meia Denizinho. Aos 12 minutos, após driblar dois marcadores e chutar rasteiro no canto esquerdo ele marcou um belo gol, o segundo do Taba. Com o ritmo do jogo sendo ditado pela equipe do Tabatinga, não demorou muito para que o terceiro gol acontecesse, aos 35 minutos em mais uma bonita jogada Denizinho foi ao fundo e cruzou para o centroavante Paulo dar números finais a partida. Mostrando uma maturidade acima do comum para uma equipe que fazia a sua primeira exibição, o alviverde administrou o jogo nos dez minutos restantes até o apito final. Com o término do jogo, a alegria era nítida nos rostos de cada jogador do Taba, pois aquele jogo era a realização exitosa de um sonho. O time que entrou em campo para a histórica partida foi: Thiago, Marquinhos, Marcelinho, Marlon e Marcelo, Júnior, Beto, Gabriel e Denizinho, Denis e Paulo. Entraram no decorrer da partida o atacante Oscar e o volante Patrick.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A arena sagrada


A triste imagem deste campo que beira o abandono, nem de longe demonstra o valor que ele tem na minha vida e de meus amigos. Esta quadra mal cercada e sem uma das goleiras, um dia já foi palco das partidas de futebol no Jardim Itú. Batizada de Tabatinga por nós, este local emprestou seu nome ao nosso time, que há mais de 15 anos está em atividade. Este “campinho” guarda muitas histórias de amizade, união e acima de tudo muito futebol.
Foi na Taba (nosso apelido carinhoso ao campo) onde começamos nossos primeiros dribles e chutes, foi lá também que aprendemos coisas mais importantes que o futebol: que o desentendimento do campo fica no campo e descobrimos o valor da amizade e que a vida é como um time de futebol, onde sempre precisamos um do outro para a realização dos objetivos.
Muitas foram às tardes de futebol, que nos faziam esquecer dos problemas recorrentes a época de nossas vidas, exemplos: as notas estudantis e como seria o resultado da dupla gre-nal na rodada, é, a vida parecia ser bem mais fácil. Nossos jogos eram recheados de discussões, catimba, e claro, muitos gols. Quem não lembra dos três gols ou dez minutos? Ou da última bola fora que propositalmente era chutada para fora pelo time que estava ganhando? Ou do clássico chute para o pátio do “Italinha” para ganhar tempo?
Evidentemente alguns desentendimentos ultrapassaram a barreira do verbal e chegaram as vias de fato, mas prefiro abordar o lado do companheirismo que sempre falou mais alto.
Alguns anos após o inicio das atividades como time de salão, novos amigos foram chegando e infelizmente, a Tabatinga ficou pequena demais para nossa equipe, tanto em tamanho quanto em ambição; era a hora de montarmos um time de campo. Mas isto, já é outra história que será relatada aqui em breve.
A foto desta Tabatinga judiada pelos efeitos do tempo e esquecida pelos zeladores da praça, remete a um sentimento de tristeza. Creio que nenhuma foto por mais que mostre o campo onde tudo começou destruído e descuidado, tire de nossas cabeças todas as lembranças alegres vividas ali.
Talvez a importância desta quadra na nossa existência ultrapasse o campo das palavras, porque eu tenho certeza que se cada um de nós hoje é um cara do bem, foi porque um dia jogamos bola juntos neste lugar, a Taba além de formar um grupo de amigos formou homens que hoje são excelentes filhos, pais e maridos.
E são estes homens que tem a obrigação de não deixar que a imagem mais bonita da Tabatinga nos seus melhores dias se apague da memória. Somos nós os responsáveis por contarmos e continuarmos o legado do nosso time, o Tabatinga, pois os bons tempos estarão para sempre dentro dos nossos corações.